Meus pais tinham viajado, então aproveitamos pra organizar uma festa na nossa casa de veraneio. O lugar era perfeito pra isso — espaçoso, cheio de quartos, sempre pronto pra receber muita gente. O grupo era seleto, como sempre: amigos próximos, a maioria casais ou gente que já tinha chegado com a certeza de quem ia terminar a noite com quem.
Eu, claro, estava de olho naquela menina linda, amiga da minha irmã, que há tempos vivia me dando sinais, jogando charme descarado, como quem provoca e espera só o momento certo. Minha irmã, por sua vez, já estava envolvida em alguma conversa fiada com um carinha — mas isso não era problema meu.
A bebedeira começou cedo, antes mesmo do almoço. Churrasco, caipirinha, cerveja gelada, música alta… e o tempo simplesmente escorrendo, leve, despreocupado, a turma dançava, bebendo e comendo fazendo brinncadeiras e se divertindo tranquilamente. Lá pela tarde, já tínhamos notado a ausência de alguns casais — sumidos, provavelmente, em algum dos muitos quartos espalhados pela casa.
Enquanto isso, minha irmã e eu continuávamos naquele vai e vem, assumindo o papel de anfitriões, animando a festa, repondo as bebidas, ajeitando a música. A guria que eu queria pegar já tinha trocado uns beijos comigo ao longo do dia, meio escondidos, meio provocativos, mas eu ainda não tinha conseguido aquele momento certeiro, o bote preciso, queria muito comer ela. Ela parecia meio sem graça, enrolando, deixando no ar aquela tensão gostosa… e ficou subentendido que, talvez, a coisa fosse mesmo só acontecer à noite.
Minha irmã, já completamente trêbada, tinha sumido lá pelas seis da tarde, bem na hora em que um caminhão bateu com força e derrubou um poste. O resultado foi um caos: a rua inteira ficou sem luz, interditada, mergulhada num apagão repentino. E eu só conseguia pensar no inferno que seria manter aquele povo entretido no escuro… e, pior ainda, no calor sufocante que ia ser tentar dormir depois, sem ventilador, sem ar.
A casa se afundou numa escuridão densa, quase absoluta. Sem nenhuma luz artificial, tudo parecia mais silencioso, abafado, como se o calor tivesse engrossado o ar e sugado qualquer resquício de movimento. Aos poucos, as pessoas foram fugindo do tédio, escorregando pra rua em busca de alguma claridade, de um pouco de ar, de qualquer coisa que quebrasse aquele apagão sufocante.
E, de repente, eu percebi: a casa estava vazia. Só o eco abafado de vozes distantes, lá fora, e aquele silêncio estranho, pesado, preenchendo cada cômodo.
Não tinha muito o que fazer… continuei bebendo, vagando sozinho pela casa, tropeçando na penumbra, ouvindo apenas o som abafado da minha própria respiração e o rangido aleatório de algum móvel esbarrado.
Foi então, no meio daquele vazio quente, que eu senti uma presença.
Não vi quem era… só um vulto que se aproximou devagar, surgindo como parte da escuridão, se insinuando sem dizer nada. O cheiro adocicado da pele dela, misturado com álcool e suor, me atravessou e me entregou antes mesmo de qualquer palavra: era ela, só podia ser.
O toque leve na minha mão, os dedos puxando com uma suavidade quase imperceptível… e eu entendi. Não precisava de explicações, nem convite. Ela virou de costas, silenciosa, caminhando pelo corredor como se fosse dona do breu, sumindo nele, se dissolvendo na escuridão.
Eu a segui, guiado só pelo instinto, atravessando aquele vazio quente até o meu quarto.
A porta se fechou atrás de nós com um estalo seco, firme, como um selo silencioso que trancava o mundo lá fora.
No mesmo instante, o vulto feminino se jogou na minha cama, num movimento decidido, revelando sem pudor a intenção que já pairava no ar desde o início daquela noite. Não pensei duas vezes — saltei sobre o corpo dela, guiado só pelo instinto bruto, faminto, como quem não tinha mais escolha.
Os toques eram desajeitados, frenéticos, desesperados. A escuridão era tão espessa que não permitia que nossos olhos se ajustassem, e isso só tornava tudo mais intenso, mais selvagem. Eu não via, eu sentia.
Beijei-a com força, a boca colidindo na dela, dentes raspando, línguas se enroscando com uma pressa indecente, enquanto minhas mãos enfiavam-se sem cerimônia por dentro da roupa dela, buscando pele, calor, textura, qualquer brecha onde eu pudesse afundar os dedos e fincar presença.
Ela, insana, arrancava as próprias roupas e as minhas ao mesmo tempo, puxando, rasgando, abrindo botões, erguendo a blusa, me empurrando para longe só o suficiente para livrar o caminho — e logo depois me puxando de volta, com a mesma fúria.
O som do tecido sendo arrancado, o atrito das roupas jogadas no chão, os gemidos abafados pela boca colada, pela garganta apertada.
Eu deslizava a mão pela cintura dela, agarrando firme, enquanto a outra puxava a calcinha com força, arrastando pelo quadril até sentir aquele calor exposto, úmido, pulsante. Ela arqueou o corpo sob o meu, me enlaçando com as pernas, puxando minhas roupas, rasgando quase, como quem não suportasse mais a distância entre nós.
Me livrei da bermuda, sentindo o ar quente e parado da noite contra a pele exposta, e me pressionei contra ela, sentindo os corpos se encaixarem, pele na pele, quentes, suados, ávidos.
Beijei o pescoço com força, mordendo, sugando, enquanto minha mão se apertava entre as coxas dela, sentindo o quanto ela já estava molhada, pronta, se contorcendo por baixo de mim. Ela me puxava mais, mais fundo, como quem quer ser invadida de uma vez, sem rodeios, sem palavras.
A respiração dela era um sopro quente contra a minha orelha, arfando, descompassada, enquanto as unhas cravavam fundo nas minhas costas, puxavam meu cabelo com força, me mantendo ali, preso, completamente rendido àquela vontade urgente dela.
De repente, num movimento brusco, ela me empurrou com força pra trás, me jogando contra o colchão, me dominando sem aviso. O peso do corpo dela se sobrepôs ao meu, e, antes que eu pudesse sequer processar, ela já estava montada em mim, cavalgando, sentando de uma vez, sem delicadeza, sem hesitação, como quem sabe exatamente o que quer.
A sensação foi absurda — o calor úmido dela me engolindo por completo, apertando, se ajustando ao meu volume com uma precisão indecente, um encaixe perfeito, quente, latejante. Ela jogou a cabeça pra trás, soltando um gemido abafado, contido, como se tentasse desesperadamente não chamar atenção, mas sem conseguir esconder o prazer que explodia a cada movimento.
Apoiava as mãos no meu peito, cravando as unhas, enquanto rebolava loucamente, num vai e vem frenético, quase selvagem. As coxas pressionando minha cintura com força, os quadris descendo com violência, me enterrando cada vez mais fundo dentro dela, me sugando, me enlouquecendo.
Eu só conseguia segurar a cintura dela com força, guiando os movimentos, mas ela era quem comandava, quem ditava o ritmo, quem se impunha ali — montando com fúria, como se precisasse daquele prazer mais do que de ar.
O barulho do atrito molhado, abafado pela penumbra do quarto, misturava-se aos nossos suspiros curtos, aos gemidos que ela tentava conter mordendo o lábio, inclinando-se sobre mim, roçando os seios na minha pele, deixando o cabelo cair sobre o meu rosto, me cegando ainda mais naquela escuridão absoluta.
Cada vez que ela descia, sentia o corpo inteiro estremecer — ela se enterrava até o limite, até eu não saber mais onde começava ou terminava, me apertando com uma força deliciosa, quente, insuportavelmente boa.
E então, de repente, o corpo dela enrijeceu, as unhas se cravaram ainda mais fundo no meu peito, e ela gozou forte, intensa, mas em silêncio, como se estivesse lutando contra o próprio grito, segurando tudo ali, contido, preso no peito. Eu só senti a pulsação descompassada dela me apertando, o corpo tremendo, a respiração descontrolada… e aquilo me deixou ainda mais louco.
Aproveitei o momento em que ela relaxou sobre mim e a virei com firmeza, sem nem pensar, sem nem dar tempo pra ela se recuperar. Girei seu corpo e a coloquei de quatro na cama, puxando pelos quadris, com uma fome brutal, urgente.
O bumbum empinado, perfeito, apenas adivinhado pelo toque — não havia claridade alguma, só o calor da pele sob as minhas mãos, o contorno do corpo que eu explorava às cegas. A escuridão era total, densa, como um véu que escondia tudo, apagando qualquer possibilidade de reconhecimento.
Me posicionei atrás, segurando firme sua cintura, guiado apenas pela fome e pela textura macia da pele. Sem cerimônia, afundei de novo, com força, com vontade, sentindo ela me receber ainda mais molhada, mais aberta, mais entregue, o corpo rendido, vibrando sob o meu.
Ela arqueou as costas, empinando ainda mais o quadril, me oferecendo tudo, silenciosa, cúmplice naquela entrega muda. Eu metia fundo, num ritmo cada vez mais intenso, bruto, cada estocada reverberando no silêncio abafado daquele quarto sufocante, onde só existiam nossos corpos colados, o som molhado do impacto, o suor escorrendo, o cheiro de sexo tomando conta de tudo.
Não havia luz, não havia rosto — apenas respirações ofegantes, gemidos abafados, o barulho do nosso desejo se chocando, se consumindo.
Eu continuei, segurando firme, puxando os cabelos dela com uma das mãos, apertando sua cintura com a outra, guiando cada movimento com força, com domínio, sentindo o corpo dela se desfazer a cada investida, se abrir, estremecer.
O prazer ia crescendo, rasgando por dentro, me incendiando a cada estocada, a cada gemido abafado que ela soltava sem conseguir conter, rendida, entregue, quente, úmida, perfeita.
Quando senti que não aguentaria mais, puxei com força ainda maior os cabelos dela, fazendo o corpo dela se erguer, se dobrar sob meu controle. Sem dizer uma palavra, apenas a guiei, empurrei, a fiz se virar e ajoelhar diante de mim, ainda ofegante, ainda trêmula.
Com a outra mão, segurei meu pau e o levei até sua boca, que se abriu instintivamente, faminta, querendo me engolir inteiro, quente!
Ela começou a me chupar ali, naquela escuridão absoluta, onde eu não via nada, só sentia — a língua deslizando, os lábios apertando, sugando com vontade, com entrega, como se quisesse me levar ao limite de uma vez. Segurei firme os cabelos, guiando a cabeça, enterrando mais fundo, sentindo o calor úmido da boca me engolindo, me sugando cada vez mais forte, cada vez mais fundo, até eu não aguentar mais.
Soltei um gemido rouco, abafado, e gozei ali mesmo, na boca dela, intenso, pulsando, deixando que ela engolisse tudo, que me sugasse até a última gota, enquanto eu ainda segurava firme sua cabeça, sem soltar, sem dar espaço pro ar, só pro meu prazer.
— Ai, caralho… gozei muito gostoso — falei, satisfeito, ainda me tremendo, o corpo mole, entregue. — Quero mais… você é incrível…
E então…
— Porra… NÃO ACREDITO… MERDA… É VOCÊ?!
A voz dela. Aquela voz.
Eu duvidei dos meus próprios ouvidos. O som entrou rasgando, ecoando dentro da minha cabeça como um trovão. Meu corpo congelou. Um arrepio gelado percorreu minha espinha. O coração disparou, descompassado, enquanto minha mente lutava, desesperada, para negar o óbvio.
Mas eu sabia.
Eu me tremi inteiro — de medo, de nojo, de culpa, de um tesão doentio que, naquele momento, me fazia querer vomitar. Meu cérebro entrou em parafuso, como se tivesse queimado de uma vez, travado, sem conseguir processar o que tinha acabado de acontecer.
Tateei o criado-mudo, tropeçando nas próprias mãos, até achar o celular. Apertei o botão da lanterna com os dedos trêmulos, o feixe de luz rasgando a escuridão grossa do quarto como uma faca.
E ali, sentada na cama…
Com a minha porra ainda escorrendo pela boca, os lábios entreabertos, o peito arfando, o corpo inteiro nu, suado, os cabelos desgrenhados, a expressão perdida entre o choque e a excitação…
Estava ela.
Minha irmã.
Eu tinha fodido a minha irmã enganado.