3007 palavras
15 minutos
A chefe indomável

Finalmente, eu tinha conseguido alguma coisa na vida. Fui contratado, junto com um grupo de trainees, para uma das maiores incorporadoras do país. Mas, ao contrário dos outros, que entraram por indicação de parentes influentes, eu estava ali por pura sorte — ou talvez falta de opção da empresa. Isso explicava por que nossa chefe, aquela megera, nunca fez questão de esconder o desprezo que sentia por mim. Eu não tinha sobrenome de peso, não carregava uma linhagem que garantisse vantagens estratégicas à companhia — eu só tinha o talento.

Ela liderava nosso time de desenvolvimento, mas, na prática, eu fazia tudo sozinho. Os outros? Filhinhos de papai, incompetentes até para enviar um e-mail sem errar o destinatário. Eu tentava manter a cabeça baixa e focar no trabalho, mas naquela sexta-feira pré-carnaval, a maldita decidiu que eu não teria folga.

— Você tem até segunda para resolver isso — ela disse, jogando uma pilha de documentos na mesa. — Se não conseguir, nem precisa voltar. Seu perfil não encaixa na cultura da empresa, querido! Já é hora de perceber que aqui não é seu lugar, não é mesmo?

Tradução: ou eu fazia o impossível, ou estava demitido.

Faltava uma hora para o expediente acabar quando recebi a convocação para ir ao seu escritório. Primeira vez que pisava lá. O ambiente era luxuoso, rodeado por vidros panorâmicos que exibiam a cidade ao entardecer. No centro, sentada como uma divindade impiedosa, estava ela. Entreguei a prévia do trabalho, esperando ser massacrado. Mas, para minha surpresa, ela ficou em silêncio, examinando cada detalhe com uma expressão indecifrável. Pela primeira vez, pareceu minimamente impressionada.

Enquanto ela folheava o relatório, aproveitei para observar melhor o ambiente. E, claro, para reparar nela. Devia ter por volta dos quarenta e poucos anos, mas o tempo parecia ter sido generoso — ou o dinheiro muito bem investido. A pele impecável, levemente dourada, sem um único sinal de cansaço, os traços refinados, a mandíbula bem definida, a boca pintada num tom fechado de vermelho, que tornava impossível desviar o olhar. O cabelo, escuro e sedoso, caía em camadas perfeitamente alinhadas sobre os ombros, exalando um cheiro caro, algo entre baunilha e madeira nobre. O terninho preto abraçava suas curvas com perfeição, marcando a silhueta de forma precisa.

No braço, um detalhe inesperado: uma tatuagem — um coração riscado por uma frase em latim, parcialmente oculta pelo tecido. Um contraste curioso para alguém que exalava sofisticação e controle absoluto.

Havia algo nela além da beleza evidente. Uma aura perigosa, quase predatória. O tipo de mulher que entrava em qualquer ambiente e o dominava sem precisar erguer a voz.

E eu estava ali, na mira dela.

O interfone da mesa tocou, trazendo-me de volta à realidade.

— Chefinha, o entregador deixou o black tie e o convite para o baile de máscaras que a senhora pediu. Vou deixar na chapelaria antes de sair.

O viva-voz capturou tudo, e eu não consegui conter um sorrisinho discreto. Todo mundo sabia do seu gosto por homens mais novos. O “acompanhante” que a visitava no escritório de tempos em tempos era prova disso.

“Um baile de máscaras?” pensei. Se eu não vou me divertir essa filha da puta também não vai.

Ela terminou de ler e, sem sequer me olhar, jogou a pasta na minha direção. O gesto era claro: desprezo. Como se meu trabalho, que ela sabia estar impecável, não fosse nada além de uma obrigação irrelevante.

— Pode ir — disse, fazendo um movimento preguiçoso com a mão, enxotando-me como se eu fosse um incômodo qualquer.

Engoli a raiva. Respirei fundo. Não valia a pena discutir. Pelo menos não agora. Saí da sala, os músculos tensionados, o sangue fervendo. Eu poderia simplesmente ir para casa e terminar o trabalho, como um bom funcionário submisso. Mas não.

Antes disso, eu ia dar uma foda nela.

Ao cruzar a portaria, percebi que o prédio estava praticamente deserto. A maioria já tinha ido embora para aproveitar o carnaval. Apenas o vigia permanecia, desaparecendo lentamente no corredor enquanto iniciava sua ronda.

A chapelaria ficava logo ao lado da saída. Um pequeno espaço, quase esquecido, onde os funcionários deixavam casacos e pertences. E lá estava ele. O único porta-terno pendurado no cabideiro. Um traje preto, elegante. O convite do baile provavelmente guardado no bolso.

Me aproximei, passei a mão sobre o tecido e, sem hesitar, puxei-o. Em segundos, eu já estava na rua.

Em casa, abri o porta-terno para examinar melhor a roupa. O black tie era impecável, um conjunto completo de corte preciso, feito sob medida para alguém que nunca precisou se preocupar com o preço de nada.

Dentro de um saco delicado, encontrei a máscara. Estilo veneziano, trabalhada nos mínimos detalhes. O capuz, feito de um tecido absurdamente fino, era pensado para ser usado a noite inteira sem incomodar. Toquei a superfície fria da máscara, sentindo a textura lisa, quase como porcelana. Aquilo não era só uma peça de baile — era fetiche de gente rica, pensei, girando-a entre os dedos.

Foi quando percebi um volume dentro do paletó.

Enfiei a mão no forro e puxei o conteúdo. Um maço de dinheiro, grosso o suficiente para bancar todas as minhas despesas por um mês. Depois, um ingresso luxuoso, em papel pergaminho, com letras douradas em relevo, tão bem trabalhado que parecia um convite para outra realidade.

E, por fim, um bilhete.

“Vamos brincar de quem sou eu?”

Ps: o dinheirinho pra sua semana.

A caligrafia era refinada, sem assinatura, mas eu não precisava dela para saber quem tinha escrito.

À noite, tomei um banho longo e me barbeei com cuidado. O plano era simples: curtir a festa às custas dela. Naquele baile, ela jamais me reconheceria. Eu só precisava manter a máscara no rosto e evitar qualquer mulher que tivesse suas características.

Quando fiquei pronto, pedi um carro de aplicativo e parti.

O destino: Parque Lage, Rio de Janeiro.

Eu já tinha estado ali algumas vezes, mas naquela noite ele parecia outro lugar. Carros caros formavam uma fila na entrada, deixando seus convidados descerem em trajes impecáveis. Homens vestiam black tie bem cortados, mulheres deslizavam em vestidos exuberantes, joias discretas, mas caras, brilhavam sob a iluminação sutil. Todos vestiam máscaras.

O ar exalava sofisticação, poder e um toque de mistério.

O céu estava limpo, a noite fresca. A brisa leve balançava as palmeiras imperiais do jardim, enquanto as luzes amarelas espalhadas pela fachada davam um tom dourado às colunas neoclássicas do casarão. As sombras dos arcos e sacadas desenhavam formas dramáticas no chão de pedra. O lugar parecia um cenário fora do tempo, uma pintura viva onde o real se misturava com o etéreo.

Cruzei o saguão principal, onde um homem de expressão impassível pegou meu convite sem fazer perguntas, apenas me deixando passar. O piso de mármore polido refletia as luzes tremeluzentes das velas espalhadas pelos corredores. Os afrescos do teto, normalmente imponentes por si só, pareciam ganhar vida sob a penumbra bruxuleante.

Ao entrar no espaço da piscina, fui obrigado a parar por um momento.

A visão era hipnotizante. O pátio interno estava tomado por uma iluminação exclusivamente à base de velas. Pequenos pontos de chama tremulavam sobre castiçais de ferro e candelabros de cristal, lançando reflexos dourados na água escura da piscina. Não havia luzes elétricas, apenas aquele brilho orgânico e quente que oscilava suavemente com a brisa da noite.

O ambiente era envolto em uma penumbra etérea, onde as sombras das colunas se projetavam nas paredes, criando a ilusão de um salão ainda mais profundo. O perfume de jasmim e âmbar se misturava ao cheiro amadeirado do antigo casarão, impregnando o ar com algo quase intoxicante.

Nada ali parecia real.

A música ao fundo era lenta, sensual, uma mistura de violinos e batidas graves que pareciam acompanhar os movimentos dos corpos mascarados espalhados pelo pátio. As conversas eram sussurros, trocas discretas de olhares escondidos atrás de máscaras ricamente decoradas. Era como se o tempo tivesse parado. E ali, no meio daquele universo proibido, eu me misturava aos convidados, uma taça de champagne nas mãos, apenas mais um deles.

Protegido pelo sigilo, aproveitei a noite sem receios. Azarei todas as mulheres que cruzaram meu caminho, dancei sem pudor, puxando para o salão qualquer uma que aceitasse meu convite. Aquele anonimato me dava uma liberdade que eu nunca havia experimentado.

Em uma dessas pausas, senti a garganta seca e resolvi ir até o bar. Precisava de mais champagne gelado. Encostei no balcão e esperei o barman me servir. Foi então que a vi.

Ao meu lado, uma mulher envolta em um vestido de seda azul profundo. A cor escura contrastava com a pele dourada pelo toque do verão. A máscara veneziana que cobria seu rosto era delicadamente ornamentada, mas o sorriso, esse estava livre. Era um sorriso contido, perigoso.

Ela era pura perfeição.

Os lábios se curvavam levemente, mantendo a expressão de quem sabe o jogo que está jogando e gosta dele. Seus olhos me fuzilavam por trás da máscara, analisando, testando minha resistência.

Eu retribuí o olhar, um convite silencioso.

Não podia falar. Não podia me expor. Apenas a observava, mantendo o desejo estampado na maneira como meus olhos percorriam sua silhueta. Era um jogo mudo, carregado de tensão, um flerte proibido que me fazia sentir o corpo aquecer sob o traje pesado.

O barman entregou a taça de champagne. No momento em que ela ergueu o braço para pegá-la, eu vi

No antebraço, um coração riscado por uma frase em latim.

O sangue gelou nas minhas veias. Meu coração disparou como se tivesse sido arrancado do peito.

Minha chefe. O universo inteiro pareceu encolher ao redor daquele detalhe. Ela sabia? Havia me reconhecido? Ou estava brincando sem saber com quem?

Ela sorriu pela última vez, sem pressa, apenas deixando o momento se arrastar como se pudesse sentir minha respiração falhando.

Então, com um movimento mínimo dos lábios, sem emitir som, articulou as palavras.

— Me siga.

Eu estava fodido.

Pensei em ir embora imediatamente. Claro que ela havia me reconhecido. Com certeza queria me levar para um lugar discreto, revelar que sabia quem eu era e chamar a segurança do local. A sedução? Apenas mais um de seus truques. Ela era conhecida por jogar com as pessoas, testá-las, empurrá-las para fora do controle só para assistir de camarote enquanto desmoronavam.

Mas correr agora não me levaria a lugar nenhum.

Engoli minha última taça de champagne enquanto ainda tinha alguma liberdade e segui seu rastro.

Ela se movia para além de uma porta discreta, longe da movimentação do baile. Pelo modo como olhou ao redor antes de entrar, ficou claro que aquele espaço não estava acessível ao público. Esperei alguns segundos, observando, e fiz o mesmo.

Assim que cruzei a porta, fechei-a atrás de mim, trancando o ferrolho. O ambiente era uma oficina de artes que funcionava ali durante a semana. O cheiro de tinta e argila impregnava o ar, misturando-se ao perfume intenso que ela carregava. Apenas a luz da lua entrava pelas frestas das janelas, iluminando o espaço em tons pálidos de prata e sombras profundas. No meio da sala, ela estava ali, imóvel, esperando.

Eu permaneci junto à porta, mudo, aguardando o esporro.

— Venha aqui, jovem.

A voz dela rompeu o silêncio, um comando baixo, seguro.

Me aproximei sem hesitar, parando diante dela.

A luz da lua refletia em seus olhos, fazendo-os brilhar de um jeito quase hipnótico. O ambiente, a tensão, a situação inteira me tirava do eixo. Meu corpo estava alerta, tenso, à mercê do que quer que estivesse prestes a acontecer.

Troquei olhares com ela por alguns segundos. Uma espera carregada de eletricidade. Então veio a segunda ordem, como era de costume.

— Vem.

Dessa vez, ela mesma me puxou.

Mas antes que pudesse me guiar no ritmo dela, fui mais rápido. Invadi seu espaço, tomei seu corpo com raiva, sentindo a rigidez ceder sob o toque firme das minhas mãos. A relação entre nós nunca fora pacífica. Desejo e ódio se misturavam na mesma proporção, um alimentando o outro.

Eu queria fodê-la de tanta raiva. De tanto tesão.

Minha boca encontrou a dela sem aviso, sem paciência, forçando-a a se acostumar com a velocidade e a força do meu beijo. Línguas desencontradas, uma disputa muda pelo controle. Ela tentava se igualar a mim, mas eu venci quando segurei seu pescoço, apertando forte.

Ela arfou contra minha boca, de desejo e de urgência.

Suas mãos ávidas procuravam o fecho da minha calça, enquanto eu lutava contra as camadas de tecido volumoso do seu vestido. Havia ali uma disputa silenciosa, um embate para ver quem primeiro tocaria o sexo do outro. Ela desabotoava minha calça com pressa, tentando desafivelar o cinto, enquanto eu, menos paciente, agarrei sua bunda firme e a ergui, sentando-a sobre a mesa sem delicadeza.

O tecido fino da calcinha rendada foi a única barreira entre nós por um segundo. Um segundo apenas. Segurei com força e rasguei, ouvindo o estalo da renda se partindo. Empurrei-a para trás, obrigando-a a se deitar, e abri suas pernas. A penumbra não me permitia ver todos os detalhes, mas o cheiro quente e úmido que emanava dela me tomou por completo.

Ela era densa, molhada, sua pele coberta de suor sob as camadas pesadas daquele vestido. Eu não hesitei.

Deixei meu rosto cair entre suas coxas e a devorei.

Língua, lábios, dentes, um ataque sem ordem, um caos entre o púbis, o clitóris, os pequenos e grandes lábios. Na minha boca, só o gosto de champagne e boceta. Ela gemeu alto, escandalosamente alto, o som reverberando pela sala vazia. Seu corpo arqueava contra mim, as mãos puxando meus cabelos, implorando sem palavras por mais.

Uma cusparada, e deslizei dois dedos para dentro dela. Não fui carinhoso.

A fodi com minhas mãos, mergulhando fundo, estocando sem piedade.

— Goza, filha da puta. Goza na minha mão, piranha.

Meus pensamentos gritaram enquanto sentia seus músculos contraírem ao redor dos meus dedos. Ela tentou resistir, tentou prolongar, mas era inútil. O grito que saiu de sua boca foi puro desespero, um urro rouco e arrastado, os olhos revirando enquanto gozava em minha mão, molhando tudo, tremendo debaixo de mim.

Não deixei que descansasse.

Deitada, ela me puxou para sua lateral, voraz, puxou meu pau com força. Envolveu meu pau com os lábios sem hesitar, lambendo, sugando, enfiando-o até o fundo da garganta, engasgando sem medo. Mas eu ainda a castigava com os dedos, mergulhados nela, torcendo, fodendo-a com violência, sentindo o quanto estava aberta e desesperada por mais.

Ao nosso redor, os papéis da oficina que estavam naquela mesa foram destruídos. Pincéis, tintas, lápis espalhados pelo chão, manchas de guache misturando-se com os rastros de nosso desejo.

Ela tentou me desafiar, forçando-se a engolir tudo, a se sufocar com meu pau, mas não resistiu. Meus dedos trabalharam com maestria, e quando o ápice veio, ela arregalou os olhos, soltando um som ridículo, um grito quase animal. O corpo se retorceu, e então, um berro cortou a sala, um urro de dor e prazer misturados.

Mas eu não terminei.

Segurei suas pernas e a virei, dobrando-a sobre a mesa deixando uma bunda branca ser iluminada pela lua, obrigando-a a manter os pés no chão. Ela tentou recuar, tentou dizer algo, mas fui mais rápido, mais forte.

Uma estocada. Acertei a virilha.

Outra. Buraco errado.

Na terceira, enfiei sem compaixão, sentindo sua boceta quente e apertada engolir meu pau.

O calor dela me envolveu inteiro, aquela sensação aveludada que me apertava, que me tragava como se tentasse me sugar para dentro dela. E então, eu a fodi.

Sem gentileza, sem paciência.

Mantive seu corpo firme contra a mesa e continuei metendo nela por trás, sentindo sua boceta apertada me sugar a cada investida. O som era obsceno, estalos molhados preenchiam o silêncio da sala, misturados aos seus gritos que oscilavam entre dor e prazer. Ela tentava se afastar, mas minhas mãos fincadas em suas ancas a mantinham no lugar, saindo apenas para desferir tapas que marcavam sua pele alva. Eu bati naquele rabo com vontade, sentindo a carne quente e macia vibrar sob meus dedos.

Quanto mais rápido eu socava, mais alto ela gemia, mais o prazer tomava conta de nós dois. Ela se debatia, arqueava as costas, tentava segurar minha investida e falhava. Cada estocada arrancava um novo gemido, uma nova súplica, e logo seu corpo começou a tremer de forma incontrolável.

Talvez eu tenha exagerado.

Ela gozou chorando, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto seu corpo entrava em convulsão de tanto prazer. Sua respiração falhava, os dedos se agarravam à mesa, e o grito que rasgou sua garganta foi um som primal, algo entre o desespero e a rendição absoluta.

A visão da mulher que me destruiu tantas vezes agora desmanchando-se em orgasmo foi o bastante para me levar junto.

Mas eu não ia gozar dentro.

Arranquei meu pau de dentro dela e jorrei tudo sobre sua bunda, sujando suas costas, empapando o vestido caro que ela vestia com tanto orgulho. O cheiro do sexo preencheu o ar, o calor de nossos corpos ainda pulsava, mas nenhum de nós disse uma palavra.

Ficamos mudos por um minuto inteiro. Então, sem olhar para trás, ela se recompôs, ajeitou o vestido como pôde e saiu silenciosamente da sala. Fiquei parado, recuperando o fôlego, sentindo o cheiro do sexo ainda impregnado no ar e me perguntando: ela sabia ou não quem eu era?

Aquela dúvida me acompanhou pelo resto do carnaval.

Segui a vida, mas a lembrança daquela noite continuava martelando na minha cabeça. Os gemidos, os gritos, o jeito como seu corpo tremeu embaixo de mim. Ela sabia? Tinha noção de quem a havia fodido daquela forma? Ou eu continuava invisível para ela, como sempre fui dentro daquele escritório?

Segunda-feira de manhã, de volta ao trabalho. Cheguei cedo, como de costume, mas dessa vez com um peso diferente na respiração. Eu precisava vê-la. Precisava confirmar se a máscara ainda me protegia ou se eu estava caminhando diretamente para a forca.

E lá estava ela.

Cruzei com sua figura impecável nos corredores, o mesmo salto firme, o mesmo ar de megera, o olhar frio, indiferente. Nenhuma hesitação. Nenhum sinal.

“Então ela deu para mim e não imagina quem sou eu?” pensei

A ideia me fez rir internamente. Eu tinha comido a chefe e nunca poderia contar isso a alguém!

Sentei-me na minha estação de trabalho e logo notei algo que não deveria estar ali.

Uma caixa.

Sobre ela, um bilhete.

Meu coração acelerou um pouco quando abri e vi o conteúdo.

Lá dentro, uma calcinha preta. Fina. Rasgada.

Peguei o bilhete e reconheci a caligrafia imediatamente.

Seu descontrole vai lhe custar caro. Me compre outra.

O riso morreu nos meus lábios.

A megera era indomável.

Ela sabia.

© 2025 Feminive Fanfics. Todos os direitos reservados. / RSS / Sitemap